Colesterol: vilão ou mocinho?

colesterol

Embora tenha fama de vilão, o colesterol é uma molécula essencial para nossa saúde! É a partir dele que conseguimos produzir:

 

  • Vitamina D (hormônio D)
  • Sais biliares para a digestão e absorção de nutrientes 
  • Testosterona, progesterona, estradiol, dihidrotestosterona, DHEA e cortisol

 

Dessa forma, um nível de colesterol abaixo de 160 mg/dL pode acarretar em problemas digestivos, menor absorção de nutrientes e desequilíbrio hormonal. Por isso, um indivíduo com baixo colesterol está mais suscetível à depressão e fadiga. 

 

Mas em contrapartida, algumas subfrações do colesterol, seja do LDL e do HDL, podem ser aterogênicas, ou seja, causarem acúmulo e deposição de placas de gordura nos vasos sanguíneos. Porém isso ocorre quando o paciente está gerando inflamação crônica subclínica e silenciosa. Essas citocinas inflamatórias são o que geram maior oxidação do LDL colesterol, possibilitando que ele favoreça a aterosclerose.

 

Colesterol bom e colesterol ruim 

Provavelmente você já ouviu falar sobre termos que manter o colesterol ruim baixo e o bom alto para mantermos a saúde do coração. Mas você verá a seguir que essa denominação está, na verdade, ultrapassada e existem muitos outros fatores que determinam o aumento do risco cardiovascular.

 

A maior parte do colesterol do corpo é produzida no fígado e o restante é absorvido pela nossa alimentação. O colesterol circula no sangue através de 2 tipos de lipoproteínas: o LDL e o HDL.

 

Embora o LDL seja conhecido como “colesterol ruim” existem vários tipos de LDL diferentes. O LDL-A, por exemplo, só representa perigo quando coexiste com inflamação crônica subclínica. Já o LDL-B é uma partícula dura e densa que provoca o surgimento da aterosclerose. Mas hoje existem exames que detectam que subtipo de LDL está presente no seu corpo. Inclusive, o LDL transporta o colesterol produzido no fígado para vários órgãos do corpo, incluindo as glândulas, possibilitando a produção de inúmeros hormônios.

 

O HDL (lipoprotéina de alta densidade) tem função de captar o excesso de colesterol nos tecidos e levar até o fígado para ser metabolizado. Comumente, ele é conhecido como “bom”, porém, afirmar que por esse motivo essa molécula é “boa” é uma visão ultrapassada. Visto que, estudos recentes mostram que o HDL de uma pessoa saudável e uma que seja portadora de artrite reumatóide ou outra doença crônica são muito diferentes. 

 

Nesse sentido, também existem subtipos diferentes de HDL: o tipo 2 é inofensivo e protetor do coração, tendo função anti-inflamatória. Já os do tipo 3 são pequenos, densos e inflamatórios. Portanto, atualmente, é mais importante saber o subtipo do seu HDL do que necessariamente o valor no sangue.

 

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Avaliação do risco cardiovascular 

A partir dessa visão, hoje não faz mais sentido a avaliação cardiovascular apenas com exames de colesterol, eco cardio, teste ergométrico e ecodoppler de carótidas, como é tradicionalmente aceito. Ainda que esses exames sejam pedidos e tenham contribuição, se guiar apenas por eles é ultrapassado. 

 

Precisamos, obviamente, avaliar o estilo de vida do paciente, a alimentação, as rotinas e o nível de estresse. Mas além disso, o laboratório nos fornece exames muito mais importantes como:

 

  • Lipoproteína A
  • Fibrinogênio
  • Proteína C ultrassensível
  • Apolipoproteína A e B
  • Frações do colesterol
  • Homocisteína
  • Ferritina
  • Interleucina 6
  • TNF alfa
  • Interleucina 10 
  • Óxido nítrico
  • Fosfolipase A2

 

Esses exames, juntos ao quadro clínico do paciente, nos dão uma noção muito mais profunda dos riscos da aterosclerose, riscos de infarto e AVC. Exames de imagem como Tomografia com escore de cálcio coronariano são muito mais sensíveis em detectar excesso de calcificação nas artérias do coração. 

 

Portanto, se seu médico não costuma pedir esses exames, pode ser que você ainda esteja refém de uma abordagem que olha o LDL como vilão e o HDL como o mocinho. E a medicina já superou isso há muito tempo!

 

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